Quarta-feira com cara de sexta e já vamos adiantando o que tem de legal pra fazer por aí.

QUARTA

Augusta bombando, tem para os indies, tem para todo mundo. No Studio SP, Gruff Rhys, ex- Super Furry Animals, que toca hoje ( com o pessoal do Pato Fu) e amanhã lá.  R$ 40 a R$ 80.

Andando mais cinco passos, Beco 203. No palco, as meninas do Plastiscines. R$ 30 antecipado. Abertura do ManPurse, com o Adriano Cintra do CSS, que, aliás, deu um depoimento desaBAFO no seu blog. Climão.

“Num fatídico dia ele veio até o camarim de algum show em algum lugar da Europa, me deu um beijo na bochecha (algo muito esquisito para um inglês posh fazer) e me agradeceu, disse “Meu cheque referente a vocês chegou e eu ganhei noventa mil libras, vou trocar minha BMW”. Dado que ele recebia dez por cento de nossos cachês, isso queria dizer que nós havíamos movimentado novecentas mil libras em um ano de agenciamento da Primary e pertinentemente naquele mesmo dia me lembro que estive passando fome por falta de dinheiro para comprar um sanduíche de três libras no Pret a Mange”

Dá para ler aqui na integra. http://mandameprender.blogspot.com/2012/01/bem-muito-bem.html

SEXTA

Japandroids no Beco. A dupla canadense deve mostrar sons do aguardado novo disco, que tem o peso de tentar superar o “Post-Nothing” (2009).  R$ 30 pilas. Abertura do Macaco Bong.

Acredite. É rock moderninho com testosterona.

SÁBADO

Green Sunset Party no MIS. Corrão para garantir os ingressos, NÃO VENDEM na porta.

http://www.ingressorapido.com.br/Evento.aspx?ID=19707

Nos pick-ups, o dinamarquês Peter Visti, que deve dar uma palhinha do disco novo, “Illusions”. Rebolativo, bebida de graça e dá para levar até as crianças.

Atenção: este é um relato totalmente pessoal e sem a menor imparcialidade jornalística.

27 de abril de 2007 é daquelas datas que nunca vou me esquecer. Assim como 22 de março de 2009. Foram as duas noites em que estive nos dois shows que fazia questão de ver antes de morrer: Morrissey e Radiohead.

Pronto, depois de saber que posso morrer feliz musicalmente, gostaria de compartilhar com os leitores do “Remix” como foi a noite em companhia do grande Moz, que começa amanhã sua turnê brasileira.

Em dezembro de 2006, arrumei minhas malas e fui para um intercâmbio de trabalho nos Estados Unidos. Ralava numa estação de esqui na escondida e linda cidade de Truckee, no norte da Califórnia. E também fazendo sanduíches num Subway…

Naquele lugar inóspito, onde uma temperatura agradável era 0ºC, uma das maiores alegrias era comprar a “Rolling Stone” e saber o que estava rolando no mundo da música.

Eis que um dia, lá pela página 90, estava uma foto do Morrissey e o anúncio de sua turnê norte-americana. Ele, o salvador de tardes adolescente melancólicas, companheiro de porres deprês (desculpe, Arcade Fire, Moz é hors-concours), o grande e irresistível anti-herói do pop inglês, iria tocar em cerca de 15 dias a uns 300km da cidade onde eu morava.

Não tive dúvidas: salvei cada dólar de gorjeta e comprei o ingresso no cartão de crédito de uma amiga. E a convenci a ir comigo. Eu com 21 anos. Ela, aos 42, não tão fã de Smiths, mas amiga o suficiente para encarar a viagem para Stockton, também na Califórnia.

Bob Hope Theatre lotado, cerca de 3.000 pessoas. Alguns de pé, outros sentados. Toca um grande gongo chinês e cerca de 15 rapazotes vestidos iguais (blusa vermelha de linho) entram no palco, à espera do líder de uma geração.

Morrissey já entra quebrando tudo, entoando um dos maiores sucessos dos Smiths, “The Queen Is Dead”, seguida de uma das melhores músicas de sua fase solo, “Irish Blood, English Heart”, do disco “You Are the Quarry” (2004).

O set-list, no geral, foi melhor do que o apresentado na turnê atual. Impossível resistir a Morrissey cantando sucessos como “Suedehead”, “All You Need Is Me” e “I Will See You in Far off Places”.

Em “Let Me Kiss You”, Moz aflorou seu lado diva e, ao cantar os versos “Close your eyes/ And think of someone/ You physically admire/ And let me kiss you/ But then you open your eyes/ And you see someone/ That you physically despise/ But my heart is open/ My heart is open to you”, rasgou sua camisa para delírio da plateia, homens, mulheres, adolescentes.

E o que dizer das músicas dos Smiths? Seleção primorosa do que a banda fez de melhor: “How Soon Is Now?”, em versão emotiva, com Morrissey jogado ao chão, “The Boy with the Thorn in His Side”, “Please, Please, Please, Let Me Get what I Want”.

No bis, após cantar “You’re Gonna Need Someone on Your Side”, Morrissey começou um de seus maiores sucessos solo, “The First of the Gang to Die”. Eis que um rapaz invade o palco e se agarra no cangote do moço, rasgando sua outra camisa (veja foto abaixo).

Irascível que é, Moz não se fez de rogado: resmungou alguma coisa e abandonou o palco, sem maiores explicações, no meio da música. É mole? Que show…

Quem quiser ver o set list do Morrissey neste show, está neste link.

Alguém aí vai ao(s) show(s) do Morrissey? Onde? Empolgados?

O MC paulistano Kamau deu uma pista do que anda registrando nos estúdios e nas ruas. E não tinha data melhor pra isso. Hoje, dia em que comemora 36 anos de vida, o rapper lançou na rede o clipe da música inédita “Por Onde Andei”.

O som, que estará em seu próximo EP, é uma parceria com Korede, um produtor de Atlanta que aparece nos últimos dois trabalhos do J-Live. Na verdade, foi o próprio J-Live que apresentou o rapaz ao Kamau.

Sucessor do elogiadíssimo álbum “Non Ducor Duco” (2008), o novo EP do “guerreiro silencioso” já tem nome: “…Entre…”; o lançamento está previsto para este semestre.

Coloque os headphones, aumente o volume e bom rolê!

YouTube Direkt

Imagine dois caras mega nerds do eletrônico, do tipo Aphex Twin e Caribou, mas que há mais de seis anos não lançam um disco e há muitos anos que não falam um “oi” com a imprensa (quiçá com os vizinhos). O  álbum mais conhecido dos caras é inspirado em programas infantis canadenses e feito em 2006… Socorro? Vem sem medo. Esse é o dueto escocês Boards of Canada, com Michael Sansison e Marcus Eoin.

Clipes viajantões, atmosfera chillout, IDM e paisagens surreais de referência são a marca deles. Escondidos, mas nem tanto, eles são muito amigos do Peter Serafinowicz, apresentador da rádio da BBC 6Music (viciante para quem curte garimpar batidas eletrônicas) que dia desses soltou: a dupla deve lançar  outro álbum ainda neste ano. Pra quem curte o som deles, a notícia é um alívio, pois a falta de comunicação dos caras é tamanha, que ninguém mais sabia onde eles tinham se enfiado há tempos…

Sim, nós acreditamos que existe BOARDS OF CANADA

Gótico, pirigótica ou não, anotem na agenda. Quarta o Madame volta reformadíssimo.

E não desdenhe, o projeto é caprichado, o casarão, tombado, ficou impecável depois de ser entregue parecendo que abrigava o Katrina na pista para os novos proprietários, o pessoal do DJ Club.

Dá para ver um dos vídeos batutas dos donos, que filmaram boa parte da empreitada.

A revista sãopaulo deu primeiro.  Confira a reportagem feita em 10/2011.

http://www1.folha.uol.com.br/saopaulo/994687-clube-madame-sata-reabre-em-clima-nostalgico.shtml

Passou o Carnaval e, confesso, o blog deu uma parada por motivo de festa maior. Mas agora o ano começou mesmo, não dá para dar o truque.

De volta, algumas novidades valem alugar por alguns minutos seus ouvidos. Sintam as batidas… ou as guitarras, ou tudo isso misturado e com um laço de presente chamado Erykah Badu nos vocais.

Flying Lotus - lembra desse sorrisão no Sesc Belenzinho? <3

-Flying Lotus

Vale encarar todo o podcast de sorriso amarelo (apesar de ser um programa de humor) para ouvir no finalzinho uma canção nova do Flying lotus. Curti

http://thechamps.libsyn.com/webpage/sasha-grey-flying-lotus

-Gold Panda

-Essa é tratamento VIP. Nova canção, “Hey Shooter”, do Rocket Juice and the Moon. Dá uma olhada na formação: Damon do Blur e Gorillaz, Flea do Red Hot e Tony Allen, que foi baixista da nave-mãe do afrobeat, Pai Fela Kuti. “Os Caras” devem lançar disco dia 26. Muita ansiedade, já dá vontade de tilintar os passinhos na sala de casa…

http://soundcloud.com/myblogcliche/rocket-juice-and-the-moon-hey

O mestre das viradas viajantes do Silver Apples, para lá de lisérgicas –neste caso, literalmente–Simeon deu algumas dicas de bandas que ouve mais ultimamente.

Disco "Contact", com claras influências ao uso de LSD...

Além de nomes mais conhecidos como Portishead, ele pira no “matemático-nerd-canadense” Caribou, Beak, no projeto paralelo de Damon Albarn (Blur e Gorillaz), o The Good, The Bad & The Queen (formado nada menos do que com caras do Verve, The Clash e Tonny do Africa 70) e nos chineses do The Offset: Spectacles e umas orquestras gospel (oi?)

Dá para imaginar o setlist do Simeon?

OBS: Quando ele disse Caribou e Beak, não resisti. Simeon é apaixonante…

Bem poderiam trazer algo do tipo para São Paulo. Até dia 28/2, a galeria Clic de NY recebe a exposição “Bye Bye CBGB”, na qual o artista plástico francês Bruno Hadjadj mostra imagens de registo dos últimos dias de funcionamento do lendário clube CBGB,  quando  uma legião de fãs aproveitou 48 horas direto de festas e performances no espaço, famoso por receber bandas como Ramones e  Sex Pistols no começo de carreira.

Já já Shirley Manson deve voltar a tona. Dona de um bocão vermelho e um cabelo idem, muita  menina roqueirinha nos anos 1990 queria ser como ela. A frente do Garbage, desde 2005, não gravava nada. Em breve deve sair o novo álbum da banda, chamado “Not Your Kind Of People”. Sente o “teaser”.

E o ano promete mais “divas” noventistas de volta. Gwen Stefani deve lançar disco novo no No Doubt, banda de ska pop que fez gastar as orelhas com o hit pegajoso “Don’t Speak”. Deveria ter lançado no ano passado, mas não rolou. Outra diva, mas bem diva,  é Fiona Apple. Mais um disco para esperar ansioso…

A cantora de technomelody Gaby Amarantos foi escolhida pelo respeitado jornal inglês “Guardian” como “escolha do dia” no mundo da música.

Em um texto muito elogioso, o diário chama Gaby de a “nova rainha do Carnaval”, colorida e exagerada. “Você até precisa de óculos de sol para visitar o site dela”, brinca o texto.

Segundo o jornal, a música de Gaby pode soar, a ouvidos destreinados, como uma mistura de euro rave dos anos 1990, moombhaton, cumbia e electro-pop hispânico que “não sai da sua cabeça quando você já está meio bêbado”.

Gaby Amarantos (Carlos Cecconello/Folhapress)

 O “Guardian” também lembra como o technobrega, ritmo tipicamente paraense, caiu no gosto dos hipsters brasileiros. Afinal, o show de Gaby no Beco203, em SP, estava entupido.

E Gaby ainda deu o recado para o mundo: “O que fazemos é mostrar ao Brasil um novo sentido de brega”, disse a cantora. “De um jeito moderno, divertido e livre.”

“Aqui não há camisetas básicas, jeans, tênis All-Star”, continuou. “Aqui é sempre com salto alto, glitter e glamour. Vá para a festa, suba na mesa, pegue uma cerveja e se jogue nas vibrações do sistema de som.”

E ainda sobrou para Lady Gaga: “Todo mundo aplaude a Lady Gaga, mas, em Belém, as pessoas descendem de naves espaciais há muito tempo.”

Em uma brincadeira, o jornal diz que Beyoncé deve tomar cuidado com Gaby Amarantos. Alguém duvida?

Que tal relembrar o novo sucesso de Gaby? Com vocês, a irresistível “Xirley”!

YouTube DirektGaby Amarantos – Xirley